Entendendo de uma vez o que é Business Intelligence

PUBLICADO POR AYLTON INACIO
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E aí gente, só alegria? Hoje é dia de falar de Business Intelligence (Inteligência de Negócios) e com a ideia de fazer você entender de uma vez por todas pra que serve isso.

Nos últimos anos o BI ganhou muita força em várias áreas e vários termos relacionados começaram a surgir como business analytics, big data, análise de desempenho (isso aqui no futebol!!!), e por aí vai, então bora lá pra ver o essencial de Business Intelligence.

O que é Business Intelligence?

Bom, pra começar vou colocar aqui o que o Wikipédia diz, olha só:

"Inteligência de negócios (ou Business Intelligence, em inglês) refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios. É um conjunto de técnicas e ferramentas para auxiliar na transformação de dados brutos em informações significativas e úteis a fim de analisar o negócio."

Agora eu vou resumir o significado:

Business Intelligence nada mais é do que entregar a informação certa, para a pessoa certa e na hora certa.

Agora vou dar minha visão, em mais detalhes, com base em tudo que já estudei, estudo e já vi nessa vida. Pra começar não confunda BI com relatório ou sistema. Eu já vi muito nas empresas que passei as pessoas falando isso aqui: "Entra no BI e pega aquele relatório". Então, olhando lá de novo para o que o Wikipédia diz, BI não é sistema e nem relatório, mas sim uma coisa muito maior e complexa.

Eu começo dizendo que BI é uma mentalidade que a empresa deve respirar, incorporar, receber lá do alto, enfim, e entender que existem dados brutos gerados a todo tempo e que não servem pra nada, até que sejam transformados em informações estratégicas para a tomada de decisões importantes, e essas transformações são obtidas com BI.

Depois que os diretores (espero que os seus não vivam em 1950) da sua empresa entenderem que a informação é o bem mais valioso que existe e que BI atua diretamente nisso, eles devem entender também a importância de todas as etapas relacionadas, pois eles já sabem né que BI não é relatório e nem sistema, ou não sabem?

As etapas relacionadas com Business Intelligence

Agora você já conveceu seus diretores da importância do BI e que o negócio é complexo de se fazer, ou não? Pois muitos acham que é moleza, só criar gráficos e usar todas as cores disponíveis. Olha, pior que muitos diretores e até CEOs compram ideias com base em gráficos bonitos, então eles precisam diferenciar vendedores de profissionais de BI.

Bom, vamos falar das etapas do BI pra mostrar que o importante é a informação concreta na mão, e que pra chegar nisso, são horas e horas de trabalho, de diferentes profissionais e que utilizam as mais diversas ferramentas.

Onde estão os dados?

A primeira etapa é analisar onde estão os dados que lá na frente devem se transformar em informações preciosas. Olha, isso é um problema, pois toda empresa adora gerar dados de forma "bagunçada", certo? Se conhece alguma que não seja assim, pode deixar seu comentário aqui no post.

A geração de dados numa empresa ocorre a todo instante, já parou pra pensar? Ocorre quando se vende, quando se compra, quando se contrata funcionário, quando se faz campanha de marketing, quando se executa processos, e por aí vai e vai muito longe.

Agora o grande problema é que todos os dados gerados são armazenados em locais e formas diferentes. Podem existir vários sistemas, que geram arquivos específicos. Ou ainda ferramentas que rodam diretamente na máquina de alguns usuários, e outros que utilizam armazenamento na nuvem (G Suite, por exemplo). Humm, e sem falar naquele funcionário que adora um bloco de notas.

Sendo assim, seu diretor agora já deve estar entendendo que o negócio é complexo. Então a primeira etapa é justamente fazer o mapeamento de como são gerados os dados, realizar possíveis correções e depois avançar rumo ao grande objetivo de gerar a informação certa, na hora certa para a pessoa certa.

Coleta e transformação de dados

Já sabendo onde os dados gerados pela empresa estão, o grande objetivo agora é ter acesso, pois acredite, existem empresas que, pelos mais diversos motivos, você não consegue acessar os dados, aí F#@#@$%@.

Com acesso aos dados, se inicia uma das mais importantes etapas de um projeto de BI, chamada ETL, que traduzindo para o português significa extrair, transformar e carregar.

Imagine isso sendo a sua casa, bem bagunçada, e que você vai receber visita. Você vai olhar pra tudo (Extrair), ver o que presta e agrupar (Transformar), e depois vai colocar tudo no lugar, de uma maneira organizada (Carregar o que presta).

Agora pensa na complexidade que pode ser um trabalho de ETL, pois como vimos, os dados podem estar em diversos locais e nos mais variados formatos. Será que seu diretor consegue imaginar isso? Olha, um projeto de BI pode mostrar tantas coisas para os gestores de uma empresa, coisas que eles nem imaginam, e isso pode dar muito pano pra manga, mas enfim, vamos continuar.

Agora, pra clarear esse processo de ETL na sua cabeça, pense na seguinte situação: Na sua empresa existem vários pontos de venda, e existem dois sistemas diferentes. Para cada venda, é armazendo o local no sistema, com o estado, tipo São Paulo, por exemplo. Aí que está o problema, pois o primeiro sistema armazena como SP, e o segundo como São Paulo.

Olha, o exemplo anterior é bobinho tá, mas é só pra você entender que depois de extrair dados, é necessário transformar e deixar tudo com um padrão, carregando tudo em uma nova base de dados, unificada, ainda relacional chamada ODS ou então já alimentar um Data Warehouse.

O grande objetivo do processo de BI é gerar um Data Warehouse que já vou explicar o que é, mas existem profissionais que gostam de criar também uma ODS, então bora lá, vou falar sobre os dois.

Somente Data Warehouse ou ODS também?

O Data Warehouse é o repositório final de dados de uma empresa, ou seja, a base unificada com tudo padronizado, depois do processo de ETL. Agora, para reforçar, o Data Warehouse tem a vida da empresa, toda o seu histórico de dados, pois nada é apagado ou alterado depois de gravado. Aposto que se você falar para seu diretor sobre isso, ele vai dizer que quer um.

Uma outra coisa bacana do DW, é que ele pode ser dividido em Data Marts, onde cada um deles possui dados de um determinado departamento da empresa. A geração de Data Marts não é obrigatória, tudo depende da estratégia do projeto e também do volume de dados.

Agora um ponto importante do DW é que ele deve ser muito bem modelado! Lembre-se, ele tem o histórico de dados da empresa, da vida toda. Então alguns conceitos importantes como modelagem dimensional, métricas, dimensões, cubo, chave artificial, entre vários outros entram em cena, mas isso fica pra um outro artigo.

Já uma ODS, é uma base de dados que também nasce do processo de ETL e que pode servir como destino temporário dos dados, antes de chegar no DW. Agora, você deve utilizar ou não? Depende! O estudo da situação da empresa vai dizer se é necessário ou não. Eu já vi e muito a utilização de ODSs, principalmente em situações que não existem práticas de gerenciamento de dados.

Apresentação dos dados

Ufa! Podemos dizer que nessa etapa, tudo é mamão com açúcar. Eu digo isso considerando que você tem um DW muito bem modelado, baseado num processo de ETL incrível, e é isso que você deve buscar.

Se sua empresa tem um DW incrível, você pode conectar diversas ferramentas nele e apresentar os dados das mais diversas formas. Acredite! Existem empresas que utilizam somente o Excel para apresentar os relatórios finais para os interessados, mas isso somente se torna efetivo com um belo DW.

Agora, se você quer deixar tudo mais profissional e com muitos recursos, minha sugestão é que você conecte no DW ferramentas específicas de apresentação de dados como o Power BI, Tableau ou QlikView.

Conclusão

Gente, somente pra fechar o assunto, BI é algo muito maior que muitos pensam por aí. Como explicado aqui no artigo, é como garimpar e garimpar dados procurando extrair informações valiosas (alguém disse Data Mining aí?).

A complexidade de um projeto de BI, dependendo da situação dos dados, demanda diversos profissionais dos mais variados perfis. Existem empresas que até possuem um departamento somente para trabalhar com inteligência e análise de dados. Até os times de futebol fazem isso hoje! Hoje em dia é algo essencial conhecer tudo sobre os adversários, pontos fortes e fracos, e tudo isso chega para os jogadores na tela do celular, esse é só um exemplo do que faz a galera de análise de desempenho.

Agora sobre ferramentas, existem diversas no mercado para muitos fins, desde a coleta de dados até a apresentação, tudo depende das necessidades, mas lembre-se, BI não é sistema e nem relatório, é um conjunto de processos e atividades que não necessariamente precisam de ferramentas caras para funcionar, tudo depende da sua estratégia para entregar a informação correta, para a pessoa correta e Na hora correta!